O nosso companheiro Raul Soares, furriel da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.
Muitos parabéns companheiro, que contes muitos mais com saúde junto dos teus familiares e amigos.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
32º Almoço anual do BART 1914, na Quinta da Salmanha, Figueira da Foz - Organizadores Raul Soares e Carlos Ramos.
“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
-
"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
-
“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
-
“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
---
"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
O nosso companheiro Raul Soares, furriel da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.
Muitos parabéns companheiro, que contes muitos mais com saúde junto dos teus familiares e amigos.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
A FUGA
Há coisas que não podemos deixar cair em saco rôto, para que os vindouros
saibam o que foi a guerra do Ultramar, principalmente os factos que nos foram
mais próximos.
Relembro aqui dois excertos do livro MEMÓRIAS DE UM
PRISIONEIRO DE GUERRA (pag. 109), da autoria do saudoso Alferes António Júlio
Rosa, da CART 1743, em que ele relata (edição de 2003), uma tentativa de Fuga
de alguns companheiros de infortúnio entre eles o major piloto aviador António
Lobato, recentemente falecido, dos calabouços da Guiné Conakry em 1969, um ano
e um mês depois do desastre de Bissássema.
“Na tarde do dia 3 de março de 1969, estava bastante nervoso.
Havia o receio de que alguma coisa corresse mal e que o plano falhasse. No caso
de isso acontecer, tudo se complicaria e todos deixariam de confiar em nós. De
qualquer modo, era meu dever arriscar. E foi isso que fiz. Se fosse hoje, a
minha decisão seria idêntica àquela.
Às dezoito horas eu e o Vaz estávamos preparados!... Tínhamos
a chave e o elo. O Lobato ocupou a posição estratégica, no corredor da cela dos
“intelectuais”. O Vaz subiu para o depósito sem problemas!... A seguir era a
minha vez!... Olhei para o meu companheiro!... Tudo estava normal!... Em poucos
segundos também eu estava no interior do depósito. A nossa sorte estava
lançada!...
Teríamos de esperar cerca de quarenta e cinco minutos pelo
nosso camarada Lobato. Quando subi, tive tempo de observar o exterior da prisão.Havia
poucas casas, algumas árvores e não vi ninguém nas redondezas.
Aquele espaço de tempo pareceu-nos uma eternidade!... Por
fim, ouviu-se um leve ruído nas colunas, e logo de seguida, surgiu a cabeça do
Lobato, que, rapidamente saltou para dentro do depósito, onde ficámos os três,
sentados no fundo do nosso esconderijo. Ninguém se apercebera do desenrolar da
primeira acção. Estava tudo a correr bem!...
…………..
O Lobato disse-nos então que não tinha comido e que despejara
o arroz do jantar num balde. Dizia ele que os nervos eram tantos que até tinha
perdido o apetite!... Por fim a porta foi fechada no momento em que a noite
começava a cair.
……………
Embrenhamo-nos
no mato e (passados alguns dias), e decorridos dois quilómetros, a vegetação
fez-nos regressar à estrada. Não fizemos mais de cem metros quando, de um lado
e do outro da mata, se acenderam lanternas eléctricas. Fiquei sem ver, com
tamanho luzeiro e, nos segundos imediatos, senti-me agarrado… Um fio metálico
aflorou à minha garganta… era uma catana encostada ao meu pescoço!... Os meus
companheiros também estavam imobilizados. Tínhamos sido capturados!...
……………………
A LUZ AO
FUNDO DO TÚNEL… A LIBERDADE!... (pag. 149)
(Após a libertação a 21 de Novembro de 1970) Caminhámos durante quinhentos metros, até que chegámos à praia!... No areal só restavam dois barcos de borracha!... Os outros já tinham partido!... O comandante do grupo de assalto comunicava com o rádio. Ouvi o que ele disse: Libertámo-los todos!... Missão cumprida!...”
Grupo de Prisioneiros após a libertação
"Zé Tolentino, por António Lobo Antunes:
Zé Tolentino: ele tem as duas coisas em grau altíssimo, o malandro. Uma bondade enorme e a inteligência metida lá dentro. De que serve ela, aliás, fora disso? A bondade
(e, já agora, a modéstia)
rodeiam-no como um halo, a inteligência possui uma descrição e uma delicadeza que não sei se encontrei em mais alguém. Para além disto
(ele, de facto, é escandalosamente rico)
carrega uma agudeza e uma cultura de cristal de rocha e um talento poético de excepção. Nós somos, felizmente, um país de poetas, de grandes poetas, e José Tolentino Mendonça é sem dúvida um deles. E isto é verdade porque eu digo. A sua voz é inteiramente pessoal, compreende-se, ao lê-lo, que o seu conhecimento das obras alheias é muito grande, nota-se, como em qualquer artista, o halo dos autores que foram importantes para ele, mas a sua voz não deve nada a ninguém a não ser a si mesmo. (Se eu fosse parvo escrevia eu próprio, que é como pôr ketchup em cima de rodelas de tomate.) Não só não deve nada a ninguém a não ser a si mesmo como se sente que a qualidade da sua voz vai continuar a crescer. E o pouco
(o muito pouco)
que conheço da sua prosa é de altíssima qualidade. Não é um ficcionista nem me interessaria que o fosse, é um magnífico escritor com um perfeito domínio da ondulação e do ritmo, capaz de pensar numa musicalidade de cristal, denso sem nunca ser pesado, fundo sem nunca sair pela outra ponta, de palavras todas dominadas como cavalinhos de circo. O talento deste homem, naturalmente humilde, faz-nos sentir aquela inveja boa da qual o Zé Cardoso Pires me falou tantas vezes:
— Tenho uma inveja boa de ti,
dizia ele todo vaidoso
tenho uma inveja boa de ti
e é óptimo ter uma inveja boa dos camaradas de ofício. Infelizmente, Zé, falta-me a tua qualidade humana e nisso invejo-te também. Eu, que me acho o melhor do mundo
(não tenho lugar em mim para falsas modéstias)
invejo-te de um modo que me faz morder-me todo. Invejo-te a quantidade e invejo-te a qualidade, quase que dava o cu
(desculpa lá, não sou padre)
para compor poemas assim. Sendo um homem complexo, por vezes aparentemente contraditório, consegues sempre tocar-me no coração do coração porque a tua inteligência é uma doçura de gume que me penetra sempre até ao centro de mim, onde estou eu e tudo o que amo também. Devo-te o prazer de te ler, devo-te o prazer de aprender contigo
(que ensinas sempre aprendendo, malandro, outra virtude rara)
devo-te o prazer de, ao estarmos juntos, sermos dois sobretudo quando conseguimos ser um. Esta crónica não vai ser comprida porque está cheia de amor, amizade, respeito e ternura e esses sentimentos poupam-se. Só quero dizer quanto te agradeço não por seres meu amigo, só quero dizer quanto te agradeço por eu ser teu amigo. Quem não necessita de um amigo assim nesta vida? Espero que tenha sobrado suficiente papel nesta página para caber lá um abraço.
© ANTÓNIO LOBO ANTUNES"
Faleceu o major piloto aviador ANTONIO LOBATO. Esteve preso em conakry, juntamente com o saudoso alferes Antonio Rosa, com o Capitulo e o Contino., todos da Cart 1743.
Publicamos com a devida venia este artigo publicado no facebook dos antigos combatentes.
Condolências à família do valoroso Major Piloto Aviador.
Descanse em Paz!
-
Faleceu o Major António Lobato!
Um pouco de história.
Major Piloto Aviador António Lourenço de Sousa Lobato, nascido em terras do Minho, mais precisamente na Aldeia de Sante, freguesia de Paderne, concelho de Melgaço, a 11 de Março de 1938.
Alistou-se na Força Aérea em 1957 e fez parte do Curso de Pilotagem P3/57. Recebeu as suas asas em Junho de 1959, e tinha o posto de Segundo-Sargento.
Partiu em missão para a então Província da Guiné, em Julho de 1961, ainda a guerrilha não tinha tido início.
No dia 22 de Maio de 1963, após uma das muitas missões em que já participara, no regresso à base, suspeitando que podia ter sido atingido por fogo inimigo, pediu ao seu asa que passasse por baixo do seu T-6 para ver se detectava algo de errado. O asa cometeu um erro na manobra, tendo chocado com o seu avião o que forçou António Lobato a ter de efectuar uma aterragem forçada.
Foi detido após a aterragem por um grupo de populares afectos ao PAIGC, que o entregou a uma força de guerrilheiros chefiados por Nino Vieira, o qual viria, mais tarde, a ser Presidente da Guiné-Bissau, qualidade em que receberia António Lobato em audiência.
António Lobato sofreu maus tratos por parte dos indígenas, mas foi bem tratado pela guerrilha, que viu nele um valioso troféu de guerra e o levou para a Ex-Guiné Francesa.
Mudou três vezes de prisão, conheceu a “solitária”, fugiu e foi recapturado, três vezes, mas, manteve-se firme na sua qualidade de militar e combatente da Força Aérea Portuguesa, nunca traiu o seu juramento para com a Pátria, cumpriu sempre o seu dever como verdadeiro português e militar, e, tentado várias vezes a trocar a prisão, pela “liberdade”, num país de leste, sempre recusou.
Começou ali um longo e doloroso cativeiro, que duraria sete anos e meio, tendo sido resgatado na célebre operação Mar Verde, em 22/11/1970, juntamente com mais 25 portugueses, presos em Conacri.
Descanse em Paz.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
"Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
Vinicius de Moraes"
O nosso amigo e companheiro Francisco Ferreira, do pelotão de morteiros, festeja hoje mais um aniversário.
Desejamos que tenhas passado um excelente dia dia, junto dos
teus familiares e amigos.
Muitos parabéns amigo, muita saúde e que contes muitos.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
Quero agradecer a presença do sr. Leandro Guedes que em nome de todos os amigos do meu pai se deslocou até à última viagem dele. Ficou combinado uma visita a um almoço do Bart.
Resta descansar neste dia muito difícil da minha vida com a
consciência que tudo fiz por ele.
Obrigada Rita Serafim
Este amigo de longa data, do tempo do Quartel das Caldas da Rainha, foi hoje cremado numa cerimonia intimista, no Crematório de Barcarena, no concelho de Sintra,.
Pelas 10 horas foi celebrada a Encomendação, cerimónia muito bonita e digna, pelo padre da Paróquia de Rio de Mouro, vila da residência da familia Serafim.
Pelas 10,30 o funeral dirigiu-se para o Crematório de Barcarena, onde houve também um momento de despedida, após o que o Serafim partiu definitivamente.
Tive o gosto de estar com as filhas do Serafim, Rita e Sara, os maridos de ambas e o neto João que chegou a acompanhar o Serafim em alguns almoços e que hoje é um homem feito.
A família mostrou interesse em participar num dos próximos almoços anuais do BART 1914.
Em nome dos amigos e companheiros do Bart 1914 levamos um Ramo/Palma de flores com uma homenagem inscrita.
O Serafim foi barman no Casino do Estoril, salvo erro durante 30 anos
Ultimo almoço com o Serafim - Guedes, Henriques, Paraiso Pinto e Serafim, no restaurante David da Buraca
"E a vida é assim
"Partiste para um mundo que espero que seja melhor que este
Já não sofres mais
Neste sábado fiz o que estava na minha consciencia fazer
almocaste o que querias, bebeste o que querias
Tu bem dizias que estava a chegar ao fim, tu tinhas
consciência da tua fragilidade
Já não tenho mais lágrimas para deitar pois chorei todos os
dias longe de ti...
Acredita como tu disseste um dia... Era uma boa filha mas podia ser mais.... Foste um bom marido, pai, avó, sogro, primo, vizinho, conhecido.
Foste um bom Homem!!"
Rita Serafim Silva
-
Nuno Freitas Martins
Partiu mais um dos bravos, pelo que deduzi. Descansa em paz,
amigo.
-
Carla Pinto
Os meus sentimentos a família
-
Joaquim Silva
Descansa em paz amigo
-
Joaquim Caldeira
Pêsames
-
Hipolito Almeida Sousa
Sentidos pêsames.
-
Julião Fati
Gloria eterna amigo Serafim
-
El Baba Tite
Meus pêsames
-
Camais Blinque Nafanda
Meus Pêsames 💐
-
António Cavaleiro
As minhas mais sentidas condolências pelo falecimento do seu
querido Pai. Os meus profundos sentimentos estão com a Rita e família neste
momento de dor e angústia.
Muita coragem. Condolências.
É com pesar que vos informamos que
FALECEU O SERAFIM
“O Velório será na Igreja de Nossa Senhora da Paz, junto às escolas
de Rio de Mouro, dia 28/02/2024 pelas 15:30
A Encomendação na mesma Igreja, dia 29/02/2024 às 10h
Saída pelas 10:30h
Cremação pelas 11:30
Crematório de Barcarena”
---
À família enlutada endereçamos as nossas sentidas
condolências.
Paz à tua alma companheiro!
Leandro Guedes
Humberto Marques
Os meus sentimentos para toda a família descansa em paz
-
Julio Garcia
Que a sua alma descanse em paz.
Sentidas condolências aos seus familiares e a toda a família
do BART 1914
-
Amadeu Contige
Os meus sentimentos para toda a família que descanse em paz
-
Raul Dutra Goulart
S.P.CUMPRIMENTOS
-
Augusto Antunes
Descansa em paz amigo e companheiro. Sentidos pêsames a toda
a família.
-
Domingos Monteiro
Mais um dia muuto triste....lá se vai um grande amigo..os
meus sinceros pesames a toda a. Familia...
-
Jorge Claro
A noticia que não esperava.
Até sempre companheiro
Sentidas condolências à familia
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Manuel Gomes
Que Deus o guarde em sua glória sentidos pêsames á família
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Nuno Freitas Martins
Amigo Serafim, descansa em paz! Até um dia.
-
Carlos Azevedo
Sentidas condolências aos familiares do nosso camarada de
Tite e Paz para a sua eterna viagem.
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Ilidio Matos
Abraço solidário para a família , sentimentos e que descanse
em Paz
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António Vilão
Sentidos pêsames para toda a família que descanse em paz
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Jorge Gouveia
Descanse em paz sentimentos á família
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Raul Pica Sinos
Até um dia companheiro.
-
José Pinto
Mais um camarada que nos deixa. Um companheiro
impecável.sentidas condolências á família.j.m.paraiso pinto
-
Julião Fati
Gloria eterna meu amigo Serafim que terra seja leve amigo
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José Costa
Meus sentidos pêsames á família!
-
Raúl Soares
Sentidas condolências à família. Descansa em PAZ SERAFIM..
-
Alberto Camelo
As minhas condolências para a família, que descanse em paz 🙏🙏🙏
António Cavaleiro
Embora soubesse do estado grave do Serafim, jamais me
passava pela cabeça que a sua morte fosse tão rápida. Felizes os companheiros
que há bem poucos meses com ele almoçaram e confraternizaram. Também gostaria
de ter partilhado esse convívio. Foi uma justa e merecida homenagem.
Estou triste. Perdemos um bom amigo.
Jose Narciso Costa
Falei com o Narciso hoje, que me disse estar internado no
IPO do Porto, para mais uma fase de tratamentos.
Para ti amigo, o nosso abraço com votos de boas melhoras e
que corra tudo bem.
Leandro Guedes.
Menino negro com cabra ao colo
José Manuel Domingos para MIA COUTO unofficial (meu olhar)
15 de fevereiro
“O segredo do escritor é anterior à escrita. Está na vida,
na forma como ele está disponível a deixar-se tomar pelos pequenos detalhes do
cotidiano.”
----------------
Mia Couto
Fazemos votos para que estejas bem e com saúde, junto dos
teus familiares.
Muitos parabéns e um grande abraço.-
Leandro Guedes.
Mosteiro de Santa Maria de Seiça
“De fundação
lendária, deste edifício monástico, doado no século XII por D. Sancho I à Ordem
de Cister, sob patrocínio do Mosteiro de Alcobaça e sob invocação de Santa
Maria, conforme uso em todos os mosteiros da Ordem, não resta mais do que uma
imponente e impressionante ruína.
Este complexo monástico cisterciense, localizado junto à ribeira de Seiça, foi fundamental na reorganização territorial e social das povoações do estuário do Mondego, pela introdução dos seus avançados conhecimentos de técnicas agrícolas (desbravamento de terras, drenagem de solos, etc. …).
Com a
extinção das Ordens Religiosas, em 1834, o conjunto arquitetónico foi
apropriado pelo Estado, tendo posteriormente sido entregue à Junta de Paróquia
de Nossa Senhora do Ó do Paião a Igreja e a Sacristia do Mosteiro de Santa
Maria de Seiça, através de Carta de Lei de 22 de fevereiro de 1861, emitida por
D. Pedro V.
Em 1895 a
Junta de Paróquia vendeu o Mosteiro de Seiça a particulares e em 1911 o
Mosteiro foi vendido novamente.
O seu
riquíssimo recheio há muito que foi reaproveitado por outras igrejas e capelas
do concelho. A grande chaminé que o ladeia, testemunha também o seu
reaproveitamento enquanto unidade fabril de descasque de arroz, durante o
século XIX, e serve hoje como local de vigia das cegonhas que guardam o
silêncio e a quietude deste local.
Está
classificado como imóvel de Interesse Público desde 2002. Em 2004 foi adquirido
pelo Município da Figueira da Foz.”
In pagina
da Camara Municipal da Figueira da Foz
Dos 37 dias que a CCAÇ 2314 permaneceu em Bissássema, há 56
anos sofreu o maior ataque na sua permanência naquela tabanca para onde tinha
ido no dia 3 de Fevereiro em socorro de um pelotão da CArt 1943 e de dois
pelotões de melícias que, desde 31 de Janeiro, ali permaneciam.
Segundo relata a história da Unidade foi pela 1 hora da
madrugada do dia 9 de Fevereiro de 1968 que forças do PAIGC, estimadas em cerca
250 elementos, atacou fazendo uso de
canhões sem recuo, morteiros 82 e 60 cms, lança granadas roquetes,
metralhadoras pesadas e ligeiras, espingardas automáticas e granadas de mão. O
ataque foi desencadeado em força, tendo estabelecido uma acção principal de
ataque e várias secundárias, com um volume de fogo apreciável. Conseguiu abrir
uma brecha no dispositivo de defesa em consequência de terem sido feridos os
elementos de um abrigo, tendo penetrado no interior do dispositivo, mas que não
conseguiram sair pela reação pronta e eficaz que obrigou o PAIGC a retirar com
pesadas baixas, tendo abandonado 25 corpos no terreno, e grande quantidade de
material.
A CCAÇ 2314 teve quatro feridos, alguns com gravidade.
Já, na noite do dia 4 e na madrugada do dia 5, tinham
desencadeado ações de flagelação com a finalidade de experimentar e recolher
informação sob o posicionamento dos militares ali instalados. E 10 minutos
antes da meia-noite do mesmo dia 5 de fevereiro, uma forte flagelação, que
apenas durou cerca de 25 minutos por, ao pretenderem tomar de assalto o
dispositivo, sofreram baixas o que os levou a retirar.
No dia 9 de fevereiro, regressaram com maior efetivo e
melhor armamento, talvez comandado por Nino Vieira, com a vontade de tomar de
assalto, capturar e desalojar os militares portugueses, mas a forte reação das
NT obrigou as forças do PAIGC a retirar com pesadas baixas, deixadas no local,
abandonando grande quantidade de material de guerra e, apressadamente,
transportar elevada quantidade de feridos que sofreram no ataque.
Na batida efetuada na alvorada, verificou-se a existência de
vários rastos de sangue, presumindo-se que tenha sofrido mais baixas para além
das que abandonou no ataque.
9 de fevereiro de 1968
JTjj
Nesta foto está o Ferreira e o seu cachimbo, Arrabaça, Sargento Bico, Domingos Monteiro, Cavaleiro e Lourenço, por trás Abreu, Heitor e Serafim.
C.CAÇ.2314
RECORDAÇÕES.
Apenas para recordar aos ousados de que passam hoje 56 anos
que, pelas 22 horas, foi travada a maior batalha de Bissássema, e que durante
cerca de 1 hora, após grande carnificina do lado IN e vários feridos nas NT,
esgotadas as nossas munições, tendo originado o medo na NT e alguns se
prepararam para fugir, via mata e atravessando o rio, em direção a Tite . Coube
a mim, após uma bofetada do capitão, ir convencer os fugitivos do risco a que
iriam sujeitar-se e também a que iriam expor-nos após termos sido desfalcados
com a sua ausência.
Cerca das 10 horas da manhã, desse dia, passaram dois helis
que se ocuparam a filmar o recinto e as redondezas. Ainda pensei que poisassem
para nos reabastecerem. Mas foram embora sem dizerem bom dia.
Estupidamente, fomos remuniciados 48 horas mais tarde, por
uma coluna composta de nativos e tropa, comandados pelo cabo escrita e
pelo cabo mecânico, mal armados e
perdidos na mata, quando já todos equacionávamos a fuga em massa.
Abaixo, os buracos nossos abrigos.
Joaquim Caldeira.
Obrigado Caldeira, por teres trazido esta nossa memoria. É um documento historico.
" Joaquim José Caraça (Chaparro) foi Pelotão dos Morteiros, e com o Pedro fez parceria, é natural e residente em Moura (Alentejo). Solteiro, actualmente vive com uma irmã na sua terra natal.
Antes de ser
mobilizado trabalhava como pastor de gado. O campo era a sua casa. Quando
desmobilizado retoma a profissão de pastor até ser chamado para trabalhar na
Barragem do Alqueva.
Barragem concluída,
o desemprego “bateu-lhe à porta” durante largos meses, até que foi chamado a
ocupar lugar nos serviços municipalizados e de limpeza na Câmara Municipal de
Moura. até à idade de ser reformado.
Hoje está reformado
e, segundo nos informou o Ramos, seu vizinho na cidade, não goza de muita saúde,
a vontade de se deslocar para longe da sua cidade é pouca ou nenhuma, se bem
que tenha muitas saudades dos camaradas.
A todos pede
desculpa e manda um grande abraço
Pica Sinos."
enviada em Maio de 2009.
Segundo noticia que vi há pouco, enviada pelo Francisco Ramos, de Moura, faleceu o nosso companheiro JOAQUIM JOSÉ CARAÇA "Chaparro", do Pelotão Morteiros 1208, morador no Alentejo.
O Chaparro era colega do Pedro nas mesmas atividades. O
funeral será amanhã às 9,30 e o Ramos vai estar presente a representar o BART
1914 e o Pelotão de Morteiros. Obrigado amigo Ramos.
Condolências sentidas à familia, que se resume a um
sobrinho..
PAZ À SUA ALMA !
O nosso alferes Nuno Freitas Martins, da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.
Muitos Parabéns companheiro e muita saúde junto dos familiares e amigos.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
23 DE JANEIRO DE 1963, QUARTEL DE
TITE
É difícil explicar a geografia
da Guiné a quem nunca lá foi. Afinal “aquilo tem o tamanho do Alentejo”. Mas
é um engano. Todo o litoral é uma planície pantanosa que se abre à foz de
vários rios. O que quer dizer que para descer o equivalente a 30 quilómetros
em linha reta, teremos que utilizar um barco ou dar voltas por terra horas sem
fim a contornar a boca de várias entradas de rios. E há o terreno de lama. A
vegetação. O clima tropical. As chuvas. Os mosquitos. No início dos anos 60,
a Guiné não era como as jóias da Coroa: Angola e Moçambique. Para o meio
milhão de autóctones de dezenas de etnias, havia uns meros dois mil
portugueses da Metrópole. Alguns deles militares, espalhados por quartéis nos
principais pontos do país. A zona sul, que faz fronteira com Conacri,
terrível em termos de geografia, e que seria comandada por Nino Vieira, iria
ser o ponto de partida da guerra na Guiné. Tite, um quartel da tropa
portuguesa, foi escolhido para a primeira investida noturna do PAIGC. É
conhecido por ser o local do primeiro tiro. E ainda se comemora como tal. É
uma data.
O quartel português de Tite
ainda lá está. Mas em escombros. Restam as paredes e como sempre o mato vem
reclamar o que lhe pertence. Ainda foi ocupado pela tropa guineense, mas
abandonado em 1994. A poucos metros, impassível, está um poilão, uma magnífica
árvore sagrada com dezenas de metros de altura. À sua sombra, os velhos. E,
com eles, a memória. Logo ali dois que lutaram no exército português. Pedro
Ussumani, 66 anos; e Brema Jasse, 73. Foram tropa feijão-verde. Brema, aliás,
passou de soldado ‘tuga’ a coordenador do PAIGC, e fala desses tempos com
cumplicidades e risadas. “Querem um terrorista? Vamos a casa do grande
bazuqueiro”, e lá caminhamos umas dezenas de metros até à casa de Braine
Sane, 63 anos, o tal artista da bazuca. Tudo amigo. “Fomos soldados, não há
rancores”, diz.
Ussumani vai adiantando “que
depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era
entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase.
Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com
o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais
velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da
destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto.
“Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos
estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.
E o tal primeiro tiro, como foi?
O homem que o deu morreu há poucos meses. E eis que chega à sombra do poilão
Pape Dabo, 89 anos, um homem pequenino. Não sabe de ouvir dizer. Esteve
presente no ataque de 23 de janeiro de 1963 e participou nas reuniões que
decidiram a operação no quartel de Tite. Tiro? Não foi tiro. “Só tínhamos
dez armas e a sentinela estava a dormir e, quando avançámos pela porta do
quartel, matámos o homem com um canhaco.” Canhaco? É uma lança que se põe
num arco. Mas foi com a mão. Perfurou-lhe o pescoço.
Ussumani vai adiantando “que
depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era
entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase.
Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com
o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais
velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da
destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto.
“Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos
estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.
Mas voltemos um pouco atrás.
Pape Dabo conta a história do ataque como já a terá repetido centenas de
vezes. Não permite interrupções. Ele é o narrador e o dono da versão.
Começa com ele e o irmão no quartel, a trabalharem como padeiros dos portugueses,
e termina depois do ataque com ele a voltar a ser reconhecido pelos militares
portugueses como um “dos bons” e, assim, a poder espiar. Pelo meio, o ataque:
divididos em quatro grupos, só o primeiro entra no quartel; os portugueses
acordam; os tiros; as mortes do lado dos ‘tugas’ terroristas (“terroristas eram
vocês do PAIGC”, diz Pedro); depois, teve que voltar no outro dia, foi
obrigado a ver os cadáver dos companheiros mortos e ter de fingir que não os
conhecia. E recorda ainda quando o comandante alinhou a população na praça
em frente ao quartel e disse:
“A guerra começou.”
A guerra colonial na Guiné,
começou em Tite há sessenta anos.
Nesta foto tirada há poucos anos, estão alguns
guerrilheiros que fizeram parte do primeiro ataque a Tite e que marca o inicio
da Guerra colonial na Guiné - 23 de Janeiro de 1963.
"N o dia 23 de Janeiro de
1963, teve início a luta armada na Guiné. Neste dia o PAIGC - Partido Africano
para a Independência da Guiné e Cabo Verde, fundado por Amílcar Cabral, através
de um grupo de combatentes sob o comando de Arafam Mané (N'Djamba), atacou o
quartel de Tite. A Guerra do Ultramar, começava na Guiné.
As várias equipas preparadas para
atacar o quartel partiram de uma aldeia próxima de Nova Sintra. Reuniram-se
numa mata próxima de Tite muito cedo, de manhã, à espera da hora para atacar.
Havia apenas uma arma por cada dez homens, estando os outros combatentes
armados com catanas e paus. O ataque iniciou-se apenas à uma hora da madrugada.
No rescaldo do ataque os
combatentes do PAIGC tiveram dois mortos e dois feridos.
Na foto de grupo em cima, tirada em Tite depois da Guerra, estão alguns dos guerrilheiros que participaram no primeiro ataque a Tite em Janeiro de 1963 (a devida vénia ao Expresso, aos seus Jornalistas e Foto-Jornalistas, pela partilha desta sua foto)
José Costa
Olha, recebi
este e-mail da Liga dos Combatentes aqui núcleo do Porto, dirigido aos sócios!
Se achares por bem, dá a conhecer no nosso blog ou Facebook dessas regalias,
embora seja para sócios ou alguém que se queiram fazer de sócio ainda vai a
tempo!
Abraço
José Costa
Data: 29 de
janeiro de 2024 às 15:31:12 WET
Para:
porto@ligacombatentes.org
Assunto:
REGALIAS DOS SÓCIOS DA LIGA DOS COMBATENTES
Estimado (a) Associado (a),
Com os melhores cumprimentos,
Cátia Moura
Assistente
Técnico
Rua formosa, nº
133
4000-251 Porto
Telef. / Fax :
222 006 101
Móvel: 913 060
168
E-mail:
porto@ligacombatentes.org
NIB: 0035
07300002578823028
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Obrigado José Costa pelo envio deste email.